Entrevista com o Criador [1] - Entrevista com R.L Stine

05 dezembro 2010

Robert Lawrence Stine, R.L Stine ou simplesmente Bob, é um autor norte-americano nascido em Ohio. Este gentilmente cedeu uma entrevista ao Books&Books,agradecemos a ele terminantemente por ceder a entrevista, nesta época em que ele anda tão ocupado e sem tempo, escrevendo Goosebumps Horrorland. Aí vai a entrevista.
O Autor em uma escola de Nova York

B&B:Você se relaciona bem com crianças? 
Stine:Felizmente, a minha idade mental ainda é 12! 

B&B:Você deve receber muitas cartas. Qual foi a mais estranha, ou a mais engraçada que você já recebeu?
Stine:Bem, algumas são hilárias, mas também recebo cartas horríveis e tristes.
Minha favorita é uma estranha, de uma menina no começo de minha carreira. Ela disse, 'Caro R.L. Stine, adorei The Babysitter. A mesma coisa aconteceu comigo, só que foi meu tio que tentou me matar. Continue com o bom trabalho.'
Foi bem assustador. Na verdade eu notifiquei à professora e disse, 'Você deveria dar uma olhada nisto'. Nunca mais ouvi falar.
Mas minha preferida mesmo é de um menino que escreveu, 'Caro R.L. Stine, li 40 de seus livros e achei eles muito chatos.' Não é perfeito?
Num certo ponto, estava recebendo 2.000 cartas por semana. Meu carteiro me odeia. Uma vez ele pegou a bolsa de cartas e jogou dentro do apartamento.

B&B:Você responde toda a sua correspondência?
Stine:Nos primeiros dias, eu conseguia; Acho que cada criança merece uma resposta, porque é difícil pra crianças escrever cartas.
Me asseguro de que todo mundo ganhe uma resposta; num certo ponto tinha uma equipe de cinco pessoas pra responder a correspondência. Tento ler o máximo que posso.

B&B:Como você é um autor de horror, você provavelmente esperava esta pergunta: qual a foi a experiência pessoal mais aterradora?
Stine:Não gosto dessa pergunta; não há como alguma coisa assustadora possa acontecer comigo quando estou em casa o tempo todo. Eles não me deixam sair.
Eu não tive uma vida assustadora, a não ser por coisas pessoais.
Eu tenho uma fobia que meus sobrinhos acham maluca: não consigo pular na água. Tenho que pisar nas piscinas. É uma fobia de verdade, mas meus sobrinhos acham hilário que este sujeito assustador tenha tando medo de pular na água.

B&B:Porque você acha que as pessoas gostam de se assustar?
Stine:Acho que todo mundo gosta de um bom susto, e acho que todo mundo gosta de ser capaz de ter aventuras aterradoras e encarar monstros quando sabem que estão à salvo ao mesmo tempo.
Quando crianças leem meus livros, estão encarando seus medos reais nos livros mas sabem que não estão em nenhum perigo real.
Livros do autor na China

B&B:O que você responde quando uma criança pequena escreve dizendo que um de seus livros lhe deu pesadelos?
Stine:Eu odeio, odeio mesmo. Você não quer dar à crianças pesadelos; felizmente, não acontece frequentemente.
Uma mulher me escreveu uma vez, 'Gosto dos seus livro porque dão arrepios nos meus filhos e não pesadelos.'
Foi perfeito porque é isso que eu tento fazer; não quero aterrorizar crianças.

B&B:Você alguma vez já escreveu algo que fosse realmente assustador e depois teve que fazer menos aterrador?
Stine:O que acontece geralmente é o contrário; meus editores me dizem pra fazer mais assustador. Tento fazer de novo e eles sempre dizem, 'Você tem que fazer mais assustador.'
Exceto uma vez. Terror na Biblioteca é sobre uma menina que descobre que o bibliotecário é um monstro quando ela o vê comendo um garoto. Os editores acharam que estava um pouco fora do limite. Tive que por o bibliotecário comendo insetos e aranhas.
 
B&B:Você tem um monte de ideias na cabeça, ou quando você começa a escrever elas simplesmente vem?
Stine:Geralmente é uma de cada vez; está ficando mais difícil porque estou escrevendo muitos livros.
Preciso de uma ideia cada mês já que faço um livro por mês. Elas geralmente vêm de um título; realmente não tenho ideias em avanço, mas quase todas as minhas ideias vêm pensando em um bom título e vendo onde vai dar.
Eu faço o contrário dos outros autores; a maioria têm uma ideia para uma história e pensam no título depois.

B&B:Há alguma razão para que você pense num título primeiro?
Stine:Funciona comigo. Um dia estava caminhando pela rua e o título Brain Juice (Suco de Cérebro) surgiu na minha cabeça. Então eu comecei a pensar, o que aconteceria se crianças pudessem tomar suco de cérebro? Talvez ficariam muito mais espertas. Talvez ficassem tão espertas, que ninguém podia aguentá-los. Poderia arruinar suas vidas. E aí tornou-se um dos meus livros favoritos dos Goosebumps.

B&B:A maioria de seus livros são de ficção. Você já pôs algum evento pessoal neles?
Stine:Eu era uma criança muito medrosa, e eu me lembro desse sentimento de pânico. Uso esse sentimento muito - isto vem da vida real.
A única outra coisa que uso é - que eu cresci num pequeno subúrbio de Columbus, Ohio, EUA e uso muito este ambiente.
Nunca escrevi um livro sobre Nova York, onde vivi durante anos. É um tipo de superstição que eu tenho. Os cenários são todos em subúrbios, da minha infância.
De vez em quando acontece um incidente que me dá uma ideia. Eu estava num aeroporto olhando uma família dizer adeus a seu garotinho - ele iria viajar sozinho, e eles estavam o abraçando - e os pais estavam completamente nervosos.
E vi a mãe dar um bilhete ao menino enquanto ele entravam no avião. Eu vi e pensei, E se quando ele entrasse no avião e abrisse o bilhete que dizia, 'Não somos seus pais?'
O Autor com fãs em uma escola de Nova York

B&B:Qual é o elemento que você acredita diferenciar você dos outros escritores?
Stine:Eu gosto muito de crianças. Acho que me dou muito bem conversando e escrevendo pra elas, porque estão no meu nível, basicamente.
Outra coisa que faço que outros escritores não dão muito valor, é que eu quero muitas surpresas nos meus trabalhos. Não quero que o leitor preveja o que irá acontecer. Trabalho muito duro em colocar surpresa após surpresa em cada livro.
Eu tento chocar os leitores e provocá-los e fazê-los pensar na direção errada.

0 comentários:

Postar um comentário

Blog contents © Minimalist 2012. Blogger Theme by Nymphont.